Templates da Lua

Créditos

Templates da Lua - templates para blogs
Essa página é hospedada no Blogger. A sua não é?

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Proletário

Agonizou no ar como ave ferida.
Construiu palacete e dormiu em casebre.
Trabalhou a sol quente para alimentar a prole,
Ter comida suficiente e levá-la ao ninho.
E caiu de joelhos como quem faz prece.


Avoante, segue adiante, há de haver vôo melhor.



______________________________________________________________________________________

Melhoras, pássaro, esse não é teu fim.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Hoje acordei Rachel de Queiroz

Antes Comunista, agora Trotskyana.
Entre conto e crônica, o mistério a definir.
Filha da seca do bom Nordeste, que a cada cabra da peste
Tenta inutilmente garantir fartura.
Mas aqui rio não é perene, ô vaqueiro, a vida é dura.
O sol bate, não como esperança, mas como quem manda lembrança de que a morte está por vir.
Da rica caatinga sou letrista, escrevo o que vivi.
De esquerda torno-me direita, vicê?
Por isso não me questionem João Miguel, que eu já parto pra briga.
Sou uma das Três Marias que assistiu a O Quinze e já enfrentou longo Caminho de Pedras.
E continuo no caminho pelo escrever como se diz, quero que leiam o que é raiz do povo deste país.

____________________________________________________________________________________

Rachel de Queiroz - primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras; orgulho de cada Fortalezense.

A Banda

A Legião está a postos para ver a Banda passar.
O Poeta que escreve e canta alimenta os sonhos de tantas gerações, imortaliza, nas suas canções, o Planalto Central.
A massa entoa seus anseios não só por amor, anseios por amor, diversão e política.
E quem há de contestar?
Quem um dia irá dizer que existe razão na música feita pelo coração?
E quem um dia irá dizer que não existe razão?


A Banda tocou, toca, tocará tantos outros corações...




______________________________________________________________________________________

Tributo à Legião Urbana, trilha sonora constante em meus dias.


Força Sempre!

Lápide

João Andarilho andou
Sem curso,
Sem pés,
Sem moral,
Sem nada.
João Andarilho nadou
(e morreu na praia)
Sem trabalho,
Sem respeito,
Sem família,
Sem nada.
João Andarilho matou
(e morreu)
Sem os cem reais roubados.
E aqui jaz, mas já? 

domingo, 24 de julho de 2011

Mar Negro

Ó mar salgado, quanto de teu sal são lágrimas de negras e brancas e índias, ocidentais e orientais?
Quanto de ti não é sufoco? Creio que não pouco...
Negro de luto, negro de vergonha, negro de obscuro.
E no tal escuro há tortura. Em resposta, ouvem-se gritos calados de almas aprisionadas.
Mar de corpos de mulheres que, por serem mulheres, são impedidas de sonhar.
E no cárcere declarado, sonham e lutam e presas labutam.
Dignidade, ainda que tarde, há de pairar no ar.
Enquanto  tantas carregam a pesada burca moral e são crucificadas dia-a-dia,
Outras libertam-se e encontram a escada da redenção, mas os pregos hão de deixar marcas eternas de assédio sexual ou não.
Que o beijo, meus caros, não seja a véspera do escarro.
Ao tolo, esquarteja o corpo que te gera, apedreja mães, violenta filhas, atira no peito que te amamenta.
Só não vem procurar aconchego noutro seio acalorado quando o remorso bater.



A mão que afaga não deve apedrejar.


___________________________________________________________________________________

Poema inspirado na exposição da artista catalã Marisa Nadal exposta, atualmente, no Centro Cultural Dragão do Mar. Chama-se Esquartejadas. Indico.

Dias: 30/jun a 21/ago
Local: MAC do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.
Visitas: Ter a Qui, das 9h às 19h - De Sex a Dom (e feriados), das 14h às 21h
Informações: (85)3488.8622 / 8624
::Gratuito::
 



sábado, 16 de julho de 2011

Baralho

Rei Felipe Lima da Zirba procura Madame Montier. 
A cartomante o recebe um tanto orgulhosa e perplexa. 
A que devo ilustre presença? 
Os olhares se cruzam ambos soberbos e autoritários. 
Vossa Majestade diz desejar encomendar um novo jogo. 
Como seria?
A mãe profana franze a testa e assume um ar curioso, começa a se envolver com a prosa. 
Jogo nobiliárquico de cartas que aumente minha popularidade e prestígio. 
Com o poder da coroa e as cartas na manga, além de bom jogador, o rei se mostra bom amante, se perde nos lábios vermelhos da cartomante com quem acaba por casar. 

Chamam-na Cigana, Rainha num mundo de tantas Damas...